sábado, 25 de novembro de 2017

ajudar a ajudar

Por amizades antigas e sinceras de uma vida que vivem nesta região castigada pelos fogos de verão, - sou amigo de longa data do seu ilustre "alcaide" D. Valdemar Alves!..._ - decidimos visitar o restaurante do Lago Verde.
Para espairecer de agruras da vida e variar as rotas; lá fui com a condessa até ao Pedrogão Grande de triste memoria, onde me comovi com o novo monumento evocativo ao mérito dos bombeiros e tentei recordar um espaço de comidas e paisagem que já conhecia, mas onde já nao ia há que anos...
Tentar ajudar a reconstrução de vidas e o comércio local pressupõe andar por ali. A região merece.
Vieram umas entradas de enchidos braseados muito simpaticas. Com um pão excepcional de consistencia e sabor. Começou bem.
Pedimos 2 sopas de peixe q estavam muito boas; um pouco mornas já, mas óptimas de confecção.
Foram pedidas ainda uma dose de achigã grelhado que vieram acompanhados de batata cozida e um molho verde, e um prato misto de maranhos e bucho, que veio com umas couves afogadas sem qualquer preparo posterior e umas batatas fritas ja frias
Os achigãs estavam secos e sem frescura nenhuma. Lamentável, até por estarmos a ver a barragem onde moram e tal incúria denotar um desconsolo evitável. As couves ficariam a merecer um preparo posterior salteado em alho e azeite ou enfim, sem aquele ar desconsolado e triste de simplesmente afogadas em água a ferver.
Acompanhamos com água e um Borba doc q cumpriu.
Atendimento razoavel e delicado mas qualidade a carecer de muitos ajustes, meus amigos.
Preço ligeiramente acima das expectativas e merecimentos
Decididamente ficou desta vez... aquem do q gostaríamos de poder relatar... Paciencia.
Andamos 100+100= 200kms para ali estar; e mereciamos todos q os empresários locais reflitam bem e ...nos ajudem a ajudar.
Estamos entendidos?
Sala/Mobiliário ***
Porções***
Tempo de espera****
Confecção **
Serviço ****; WC ***; Estacionamento *****; Ambiente **; Grau de satisfação geral **
Preço $$$

sábado, 16 de maio de 2015

"Bistro...Gulli" - Aljezur

Explicação prévia - Pouco ligo a cozinha italiana, sinceramente. Ponto. Defeito meu.
Acho adequada e saborosa para uma vez no ano. Ou um recurso caseiro naqueles dias em que meia dúzia de amigos nos invadem a casa e temos de resolver rapidamente, de forma o mais airosa possível, um jantar ad hoc que não nos envergonhe; e não temos nada de jeito em casa. Nem peixe fresco, nem peça de carne limpa. E de forma salvadora nos lembramos da carne migada que sobrou ontem do hamburger do miúdo... dois tomates esquecidos, um pouco de queijo no frigorífico, e um spaghetti salvador, coisa assim...
E lá vamos nós, numa espécie de versão de sopa da pedra à italiana, feita a partir de coisa nenhuma para a eterna busca de sabores... De facto - com uma habilidade aldrabativo-criativa que se lhes reconhece internacionalmente e uma base extremamente simples - eis que avançamos para uma tomatada, com muita cebola, azeite e alho; uns cogumelos, uma saqueta de spagethi e umas raspas de queijo que estava esquecido no frigorífico, umas ervas...etc 
E, subito, - se confeccionarmos com amor e algum "temple"- consegue-se um brilharete imenso! Fácil. E verificamos também, no fim, que apenas gastámos 1,1€  por porção (ou, provavelmente, no jantar completo...) e que acabamos recebendo imensos elogios de tais amigos. 
Eis, portanto, uma gastronomia simples, eficaz, saborosa. Ok. Mas longe de merecer, a meu ver - tanto pela repetição de ingredientes, como pela relativa pobreza e simplicidade...- nem a fama mundial que tem, nem o preço que se pratica... Mas adiante.
Com efeito, caneloni, tagliatelli, spaghetti, lasagna, pizza, macarroni, fusili, etc... para mim, serão sempre "as mil e uma engenhosas formas de cozinhar farinha"... Com mais ou menos cebola, mais alho, mais orégãos, mais carne migada, mais ou menos tomate, seco ou maduro, mais ou menos queijo, umas raspas de coisa nenhuma e, sobretudo, mais ou menos engenho...Está bem. Não é exactamente assim. Eu sei. Mas quase.
Acontece que bons amigos, residentes na costa vicentina, há muito queriam visitar tal "Bistro"! Bom... vamos  então comer italiano! Ainda perguntei se havia risottos - variante de que gosto bastante...- mas qual quê? O chefe não está para aí virado, portanto cumpra-se o destino; e em Aljezur... sê romano!...
Cozinha de autor? Ok, de vez em quando, há que experimentar sabores diferentes e um tanto fora da nossa própria preferência; haja gosto de viver e espírito aberto.
Primeira reacção - Eis um espaço inusitado; pois, em plena costa vicentina, em vez de se servir peixe fresco, grelhados ao ar livre, caldeiradas e cataplanas, se optou por outro conceito - Haute cuisine ou cozinha de autor, se preferirem.
Confesso que os dedos dos pés se me arrepiam quando ouço e leio que abriu um "bistro", ou uma "brasserie", ou algo com uma qualquer classificação assim, pretensiosa, estrangeirada e irregular. Sou português; e possuímos neste nosso país uma culinária fabulosa em variedade, ingredientes, sabores, riqueza e inventiva de confecção. Mas o conceito ali, foi precisamente fazer diferente, num Algarve que ainda sabe a Alentejo e - apesar da pouca distância do mar - para ali convergiram os esforços e saberes de "alta costura" do chefe Luigi e sua tripulação.
Espaço é um tanto modernista, chocando com o conceito de snack de beira de estrada que grassa por todo o país. Surge com um visual moderno, minimalista, elegante sem descurar alguma rusticidade, tanto nos tectos de madeira, como no exterior, onde ostenta um espaço de jardim "rocaille" e uma esplanada simpática.
O calor que se fez sentir obrigou-nos a optar pela sala, mas notei que não há ar condicionado, - o que para a região e com o tempo que se avizinha - não parece muito "branché" nem elegante.
O espelho de parede parece ser posto apenas para clientes acima dos 2 metros de altura mas o revestimento a tábuas resulta,  embora tudo respire um certo ar artesanal, talvez propositado. Casas de banho simples, sem cabides; e toalha para limpar as mãos apenas no lavatório exterior. Chão em mosaico hidráulico, paredes e cores gerais dentro da paleta de brancos e cinzentos.
Carta de vinhos não muito extensa mas variada, com alguns vinhos italianos e portugueses; e, sobretudo, muito bem feita, - com as castas, os estágios em casco e em garrafa e os tempos de maturação. Assim sim.
Não há amuse bouche especial para ninguém. Couvert trivial e alfaias ao dispor em balde de latoaria - uma ideia de  agradável colorido local. Manteiga de autor e pão (de alho?) cortado. Azeitonas preparadas, apresentadas num boião de vidro. Ao indagarmos "onde?..."-  responderam-nos: - "ponha os caroços na tampa do boião!"  - Não gostei. 
Pedi guardanapo de pano, mas também não havia. Para um restaurante gourmet e com nome finório... a coisa começava mal.
Em almoço para 4 pessoas houve a possibilidade de experimentar varias hipóteses, pois a casa admite um menu de degustação para duas pessoas, com direito a 4 opções; tudo a um preço de cerca de 30 euros. 
Pedimos vinho da casa, maduro, algarvio, que cumpriu sem deslumbrar.
Deu para provar uma tempura de camarão em cama de rúcula e com um molho agradável (tempura é apenas o nome chique e japonês para algo que nós chamaríamos fritar algo envolto em polme, mas pronto, chamemos-lhe assim...) uns raviolli com camarão e courgettes - no género, prefiro sinceramente um bom rissol de camarão a estes pretenciosos raviolli de carne; mas enfim...não desonraram.
Provei ainda um filet mignon de porco preto extremamente leve, macio e muito simpático, um gaspacho com verduras grelhadas, batata doce laminada, uns camarões tigre que não me deslumbraram especialmente, mas cumpriram; e um tal country não sei quê com um chèvre esbraseado, cujo fomos menos ortodoxamente derramando no pão, pois estava simplesmente delicioso. 20 valores.
Não gostei do decantado prato de mil folhas de bacalhau, (em cama de couve roxa caramelizada, suponho). A crosta cumpria mas faltavam, no mínimo, 999 folhas para poder ter tão pretensioso e elusivo nome...
Como sobremesa, todos provamos - ao critério do funcionário Pedro - uma mousse muitíssimo bem apresentada, mas que nada de extraordinário nos trouxe, e um tiramisu em boião de vidro - esse sim!...- de dizer verdadeiramente "bate-me agora, que eu gostei demais!" Espectacular! Bravo!
Conclusão: - Para quem quiser gastar uma noite diferente da oferta habitual na região, é de facto cozinha de autor e... muito bem ... Voltem; têm a minha tolerância e bênção gastronómica. 
Eu... experimentei, gostei de umas coisas, de outras nem tanto, mas fico por aqui. Não deslumbrei. Continuarei a preferir uma boa caldeirada...
Ah! E achei um tanto caro... Mas só para minha opinião - os parceiros gostaram. Sou eu que sou muito agarrado, já sei. 
Serviço eficaz e simpático, sem fulgores.
Obs - Caramba! Acho que nunca escrevi tanto nome estrangeiro e em itálico. Estou a ficar finíssimo! :)

Sala/Mobiliário ***; Porções***; Tempo de espera****; Confecção ****; Serviço ***; WC **; Estacionamento *****; Ambiente ***; Grau de satisfação geral ***
Preço $$$$

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Comida típica alentejana - CUIDADO!

Cuidado com as imitações e cuidado com o sucesso e a fama.
Acabo de viver um Fim de semana no Alentejo com algumas desilusões.
Após a criação - e o proveito diga-se...- de uma aura de óptima comida e bebida.
Após integrar uma rota de sabores à escala nacional.
Após se terem constituído como espaço de referencia e reverencia na grande gastronomia.
Após tudo isso o Alentejo não pode dormir.
Infelizmente neste fim de semana, isso aconteceu-me reiteradamente
Eis aqui portanto, ironicamente, de minha espontânea lavra, a habitual receita modelo para montar um restaurante alentejano de sucesso:

1- Arranjar um nome muito rústico. Tipo a "Tiborna da Maria". O "páteo da avó". "O arado do Xico". "A Alpendrada da loiça". "A fábrica do arroz, do pão, ou da farinha"; "a moagem do padre Inácio". "A taberna do coice". " O castanheiro velho" - Nome Típico. Coisa assim.
2 - Por uma roda de carroça mesmo partida, na porta; e um arado. Nas paredes, fotografias ou desenhos do lugar quando era a dita taberna, fabrica ou pátio. Compor com ferragens campestres.
3 - Arranjar uns pratos com nomes caseiros e que são exibidamente servidos no pão, na telha, no alguidar de barro, etc. Espectáculo!
4 -Pendurar uma samarra velha no cabide da porta mesmo que seja Agosto. Toalhas aos quadradinhos. 
5 - Fazer puxadores das portas em ferraduras velhas. Lavatório de barro ou pedra.
6 - Colocar 30 aperitivos na mesa a saltar a vista. O pessoal está faminto - vai usar e abusar. Grão com farripas de bacalhau. Pimentos, cogumelos, queijos, paios, azeitonas com alho, tâmaras com bacon...Não interessa. Muitos. Tudo caríssimo.
7 - Conseguir por os vinhos alentejanos - ali mesmo de herdades vizinhas, - mais caros que vinhos franceses de fama mundial. Estranho mas real. Nunca trocar uma garrafa mesmo que cheire manifestamente a rolha.
8 - Demorar uma hora - nunca menos!- a servir o prato principal. Os clientes vão "entrando" nas entradas, vão conversando e - como são pessoas bem educadas e não querem estragar o dia - vão aguentando e bebendo e disfarçando 
9 - Admitir um chef jovem, ambicioso, convencido e adepto da "nouvelle cuisine" Ou em alternativa arranjar uma ucraniana que"ajuda" na cozinha, pois infelizmente"a ti Ermelinda está doente". É sempre uma boa desculpa se o cabrito for borrego, as batatas encruarem, ou a miga de espargos souber a cerelac de grelos.
10- Comprar pelo preço que for preciso, 3 ou 4 "críticos" de gastronomia de imprensa moderna, "independente" e de sucesso mediático. Se não conseguir, um qualquer estagiário também serve, desde que ponha o nome nas recomendações e "sugestões" de fins de semana .
11- Criar fama e deixar de ir aos mesmos fornecedores. Roubar nas doses. Inventar receitas para gastar menos matéria prima. Perder a frescura. Contar historias. Culpar os fornecedores.
12 Roubar estupidamente no preço como nos restaurantes famosos - de Évora, Castelo de Vide, Alandroal, etc Achar que o prestigio é proporcional ao preço que vem na factura
13 - Deixar as batatas de forno e substituir por acompanhamento de batatas fritas e arroz. Dizer q o javali foi morto esta noite, mesmo q seja chapadamente porco velho com 3 dias em vinho tinto.
14- Colocar uma placa na porta de prémio de "excelência" e uma entidade qualquer desconhecida
 tipo "Traveler's book" "Restaurants of the world" "Cook Excellence & Merit" Coisa fina; mas que ninguém conheça, claro. Vendem-se barato.
15 - No fim oferecer sempre um cálice de licor de poejo, bagaço do patrão, broa da avó Miquelina ou coisa assim; sempre com os cumprimentos da casa. Não aceitar cheques e "o visa está avariado ou muito lento. Por acaso não tem dinheiro?"
.............
Cuidado, portanto! O sucesso implica muitas vezes, com o tempo, sobranceria, mentira, incapacidades logísticas e desqualificação culinária. 
Isso aconteceu-me neste fds em Arraiolos e nos arrabaldes de Borba. Mas é vulgar. E já me aconteceu o mesmo em Évora, Castelo de Vide, Alandroal, e em Mora.
Espaços qualificadissimos. Galardoadissimos! Alguns que antes eu elogiara.
Pois; mas hoje são: - Maus. Barretes!
Continuo a recomendar o restaurantes simples e quase ocultos. Aqueles onde vai o Zeferino carteiro. O homem ficou viúvo e perdeu o conforto da cozinha caseira da sua Efigénia, coitadinha que Deus tenha; umas mãos de fada; mas já encontrou na tasca da Maria Pipa uma substituta de qualidade, com diária a muito bom preço, cuja nunca falha.
Ou descobrir as tascas onde parar o Nunes; camionista de Valpaços que, por mor da sua viajada profissão, conhece o Alentejo como as próprias mãos e já não se deixa enganar. desvia-se os quilometros que for preciso mas vai onde sabe que é bom. E barato.
Seguir o Zeferino e o Nunes, portanto. Eis o segredo
E NUNCA seguir as indicações de fazedores de opinião; pelo menos, outros que não seja eu ou alguém de muito confirmadamente sério!
Regra de ouro -
Está na moda? É famoso?Estou farta de ouvir falar? - Hummmm!-  Evite!
SIM. Evita despesas parvas, chatices e dissabores.
Conselho de amigo.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Paraíso do Zêzere
Zaboeira
Vila de Rei

O nome não parece muito criativo mas denota a paixão verdadeira pelo rincão escondido onde tudo aconteceu. A mínima localidade de Zaboeira junto ao Zêzere.
D. Ilda na cozinha, e seu filho Pedro, na sala, tornaram este Restaurante um dos meus pousos secretos de qualidade e lavagem de alma.
Espaço amplo demasiado até para o abrigo que eu gostaria de sentir. Mas uma particularidade ambiente dificílima de encontrar - fundo ambiente sempre e exclusivamente de musica clássica, com preferência por musica italiana e barroco. Como escorrega bem tal companhia para os pratos de sabor que nos regalam...
Para mim só as entradas já seriam pecado suficiente pois a zona de enchidos neste pais tem uma representação de grande qualidade na floresta central ou, se quiserem na região templaria.
Caminhos.
Para mim, vou por Tomar e Ferreira do Zêzere e ando mais uma dúzia de kms se tanto, viro à esquerda. Mas passando o rio, o concelho já é Vila de Rei. Pode optar por seguir a A23 e virar em Abrantes para a Sertã. Só que o troço desde a sede de concelho até lá a baixo à Zaboeira é curvo e complicado. Há que descer ate à barragem, mesmo ali, em pleno Castelo de Bode e então ficar por ali, contemplando a agua e a floresta, ouvindo Vivaldi Albinoni Salieri ou Mozart e saboreando a melhor sopa de peixe do mundo.
Normalmente peço achegã grelhado com molho de coentros que para mim é divinal mas escolha por si e vai seguramente prometer voltar.
Serviço cinco estrelas no meio de coisa nenhuma, selecção de musica de fundo superlativa, confecção feita com amor. Que mais pedir?
Silencio - que este é um dos sítios que é só para amigos e gente de gosto...


Sala/Mobiliário ***; Porções***; Tempo de espera***; Confecção *****; Serviço *****; WC *** * Estacionamento ***; Ambiente ****; Grau de satisfação geral *****
Preço $$$

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Café Correia

Rua do Correio
Vila do Bispo


Manda a justiça que, mesmo sem a periodicidade  nem a regularidade que eu próprio desejaria, passe por aqui tal como o chef passa pelos tachos rectificando temperos e dando verdade aos seus piteus.
Assim, também eu desejava reafirmar a seguinte verdade universal - ninguém é igual todos os dias. Isto vem a propósito de algumas criticas aqui efectuadas em que - precisamente por se tratar de cozinha alternativa, artesanal e familiar - as coisas estão especialmente sujeitas a não correrem bem um dia e revelarem capacidades excepcionais noutros dias.
Vem isto a propósito de algumas visitas em que hoje, relendo a critica efectuada, infelizmente alguma injustiça haverá; tanto no elogio - que deixou de ser justificado, por se ter caído na vulgaridade e no desleixo, deixando factores pessoais interferirem na qualidade da restauração e na imaginação e disponibilidade criativa das pessoas, como na critica negativa, por algumas coisa terem melhorado com o tempo. Vejamos:- não há injustiça de minha parte, pois naquele momento e naquela hora e naquela visita, contei tudo o que senti e fui, como sempre, honesto. Mas fenómenos evolutivos em alguns casos - infelizmente a maioria...involutivos - perderam o fulgor das primeiras horas e o clima de tertúlia que os notabilizavam. Alguns por aqui estarão  que são disso exemplo. Flutuam demais.
Mas há um espaço de memoria bem negativa, a que, pelo contrario, regressei uns muitos anos depois, e desta feita só posso dizer bem. A visita foi numa condição bem diferente da primeira vez - esta como convidado de honra do Município e do seu Presidente, no dia do Município, precisamente...- e lá reentrei no Café Correia, Vila do Bispo, onde a pecha de um atendimento historicamente antipático, delirante, mal educado e sistemático me impediu de entrar vários anos. E tudo se tornou diferente.
Fui desta vez surpreendido com o esforço de uma cortesia exemplar e uma qualidade gastronómica muito apurada, tanto na sopa de peixe, como na potra recheada caseira, como no xarem, para quem goste, nas favas cozidas e sobretudo no sabor da massa com peixe - coisa de que nem sequer sou especialmente fan - e da tomatada de polvo, excepcional. Tudo fazendo esquecer o coelho com batata cozida insosso e sem graça que, um dia, depois de muito ser insultado e maltratado, há muitos anos lá comera. Nada me custa menos que retirar pois ao Café Correia o labéu de local interdito e amaldiçoado para sempre. De facto -talvez aconselhado de dentro para fora...- verifico que alguém houve que teve o discernimento e o bom senso de fazer encaminhar as coisas para um trajecto apenas normal de cortesia que se impõe entre clientes e pessoal de serviço (neste caso a própria família proprietária ) do restaurante. O que, em conjunto com a qualidade da gastronomia do chefe - o pai Correia, o cair em si da proprietária e a progressiva influencia do filho do casal, como intermediario de bom senso, só podem beneficiar e manter este espaço como porta de referencia gastronómica no barlavento algarvio. Oxalá.
Ali bem perto, aliás, para mim, ainda cumpre uma "pena" de mais de dez anos já, a Tasca de Sagres, de onde no Verão se desfruta de uma das mais maravilhosas vistas do Algarve para se jantar cedo, mas onde infelizmente, tanto o tempo de serviço, como a qualidade de comida, os jogos cúmplices e aldrabonicos com as marcações das mesas com melhor vista e a grosseria que ouvi de algumas observações do pessoal me têm impedido de entrar, enquanto me recordar dessas ultimas vezes em que lá fui, há tanto tempo já. Mas enfim.
Dez anos decorridos, já é tempo, e um dia destes lá irei experimentar de novo, para ver se aprenderam alguma coisa. Primeiro porque o pessoal muda, e depois porque a vida ensina-nos coisas...
E terei todo o gosto em rectificar classificação com alegria, se isso acontecer, tal como desta vez o faço - não deslumbradamente mas por verdadeiro merecimento humano e culinário - ao Café Correia de Vila do Bispo.

Resumo

Sala/Mobiliário ***; Porções***; Tempo de espera**; Confecção *****; Serviço ***; WC *** Estacionamento **; Ambiente ***; Grau de satisfação geral ****
Preço $$$/$

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mas afinal, comer nas Pousadas... nunca?!


Restaurante da Pousada Conde de Ourem
zona histórica do Castelo
Ourem

Ao que parece, é timbre das Pousadas de Portugal na sua tradição de restaurantes, que se coma estupidamente caro, sem qualidade nem no serviço, nem na cozinha, nem nada que se pareça com um bom restaurante.
Inclusive falha-se também na escolha das salas principais de restauração, quantas vezes ocultas e interiores, onde poderia e deveria haver uma vista soberba, - pois normalmente as Pousadas correspondem a sítios belíssimos - para q uma refeição fosse, como mandam as regras do prazer completo, um exercício agradável a todos os sentidos.
Não comi em muitas, por recorrentemente verificar o q já disse. Mas mesmo assim, já almocei ou jantei em várias, pelo país fora - Alcácer do Sal, Monsanto, Srª da Oliveira, Santiago do Cacem, Qª da Ortiga, Alvito, a extinta Castelo de Bode, Marvão, - estas 2 ultimas com vistas amplas, vá lá...- Flor da Rosa, Amares,...isto q me lembre agora, mais haverão.
mas contando
1º chego e pergunto na Recepção onde é o Restaurante dizem-me q se calhar nem está aberto. Olho para o relógio e são 1h e 15m pm! Quem tem de saber se está aberto? Eu?! Incrível forma de se receber alguém...
2º Bom...o restaurante lá dentro, está quase indetectavel e sem indicação - tem de se descer um lanço de escadas e subir uns três outros torcidos lanços até se chegar lá! Espantoso! Indescritível! Um deficiente, por exemplo, nem pensar em lá ir! Bravo! Que inteligência!
3º a funcionaria abre a porta, portanto, perto da 1h e 20m!... e ainda apresenta um ar entre o estremunhado e o apanhada naquela reacção de, afinal, hoje não haver folga - só por causa dum chato de um cliente. Poucos mais viria a ter com efeito. Pq será?
4º pedi a carta e o Menu é pobre de escolhas, portanto, tive cuidado... pois poderia ficar ali horas à espera, pelo q fui pelo menu obrigatório da CEE, estipulado a 28€.
5º vista não havia - num alto daqueles e com paisagem tão bonita lá fora...- pequeníssimas janelas mal deixavam entrar a luz. Musica de jazz... frenético. Nada a ver com nada...
6º passado um momento veio uma pasta de barrar pão irreconhecível, umas azeitonas meio passadas e um pacote de manteiga com pão.
7ºa empregada aparece pouco depois e pede desculpa, mas o chefe manda dizer q a alface não esta em condições ...para eu dizer se os pasteis de bacalhau previstos como entrada, podiam ser com grelos salteados...
8º se um Restaurante nem sequer tem alface fresca em condições... acho eu q o melhor é ir embora ou fechar a porta pois nem uma salada pode fazer! Por outro lado, é, no mínimo, ao chefe q compete resolver o q acompanharia os pasteis de bacalhau, claro! não a mim! ... mas enfim... fiquei E PEDI PARA Q NÃO FOSSEM GRELOS... erva acre de minha pessoal antipatia
9º os pasteis foram feitos na hora e estavam bem; vieram com broculos não salteados.
10º o polvo demorou, ao contrario do q me fora explicado, nunca viu forno, so se foi micro ondas, vinha fervido de aquecer, ainda a deitar agua do canal tentacular e sobre cama de espinafres e batata a lagareiro. Estava um pouco insosso e sem graça 3 meios tentáculos apenas. comeu-se...
11º a sobremesa era obrigatoriamente Pudim abade de priscos ...para um menu de 30 € esperar-se-ia umas 2 ou 3 alternativas, no mínimo! Veio feito em boião virado tipo porção racionada onde se esperaria uma generosa fatia...
12 Pagar no fim ...dizem-me q não podia ali - só na Recepção. Estranho! resultado: o pessoal de mesa ficou sem gorjeta... entretanto, foi-me explicado na recepção q a factura só com uma entrada na parte informática q era + complexa e demorava tempo. Sim, demorou bastante - 16 minutos a chegar!

vc voltava?
Faça como entender - eu não.
Com agua entradas e café foram mais de 30 e tantos euros deitados a paisagem.
Essa sim, valeu a pena, cá fora.
Se quiser, vá à parte histórica, sim senhor, visite o castelo e tome um café numa casinha de chá com esplanada que há por ali, numa rua estreitinha. Isso sim.
Qualquer boa tosta mista vale mais q a experiência pseudo gourmand de uma politica de restauração errada q as Pousadas continuam a persistir em apresentar-nos!

valores? eu nem classifico isto. nao merece o trabalho.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Amigos de Baco - Est Nac. 125 Chinicato , LAGOS

...E um doce acaso me moveu a experimentar parar, um dia destes!...
Achava graça, ao passar na estrada, a uma ardósia escolar e ao tipo de pratos criativos e sempre diversos nela anunciado.
O mestre Joao Calado é um daqueles chefes empurrado pelos amigos a abrir um Restaurante.
Em boa hora o fez.
Nunca comi na minha vida uma massada de sapateira como a dele. Uma barriga de borrego de tomatada, um polvo de piri piri, uma cabeça de safio à Bulhão Pato, uma abrótea arripiada, um pato no forno à antiga com aquele sabor, umas ameijoas de pimenta abertas no ponto certo... enfim um nunca acabar de coisas de delicia e criatividade.
Até as iscas de alho que nunca foram de meu especial carinho estavam, confesso, fabulosas.
Entradas de figo com presunto cru, já experimentou? Pois...
Optima selecção de vinhos, ou nao fosse o nome do Restaurante.
Bom estacionamento e sala arejada e luminosa, sem luxos mas eficaz.
A experimentar sempre, se passar em Lagos.

Resumo

Sala/Mobiliário **; Porções***; Tempo de espera**; Confecção *****; Serviço ***; WC *** Estacionamento ***; Ambiente ***; Grau de satisfação geral ****
Preço $$